Então, honey...finalmente encontrei um assunto para dar vida à este pequeno blog. Ou não.
Estava eu sozinha na rede ontem à noite (sexta, sacumé) e eis que aparece uma alma online no msn, D., guapo argentino com quem tive um breve e bonito romance um tempinho atrás. Ele está quase sempre ali, mas conversamos cada vez menos com o passar do tempo.
Antes de mais nada deixa eu contar rapidamente minha historinha com D., pois foi desses encontros de comédia romântica, sabe? Desses que vale a pena contar.
Estava em merecidas férias no sul da Bahia, viajei sozinha, mas não fiquei só, logo que cheguei conheci um trio de gaúchas com quem saí quase todos os dias. Mas enfim, logo no primeiro dia, na volta da praia, estava caminhando e no sentido contrário me passa um par de olhos verdes de tirar o fôlego...foi uma troca de olhares magnética, mas ficou por ali. Mais tarde, à noite, fomos para o centro e eu pensando naqueles olhos, como seria bom reencontrá-los...e quando voltei para a realidade, lá estavam eles, na minha frente!
Sou professora de português e inglês, mestranda em Linguística Aplicada, mas mi español és fueda. Ele também não falava português, mas o que é a língua quando estamos envolvidos honey? Começamos no inglês, e algumas caipirinhas después já estávamos fluentes no portunhol! E foi assim, uma semana de tórrida paixão, um verão inesquecível.
Continuamos nos comunicando via internet nos meses seguintes com frequência, neste meio tempo saí do meu emprego e decidi viajar para colocar as ideias em ordem, decidir o que fazer da vida. Destino: Argentina.
A viagem foi ótima, não fui só por ele não, aliás, ele nem foi meu primeiro motivo pra ir, sabia que o que rolava entre nós, apesar de bacana, não era algo sério, mas foi ótimo nos reencontrarmos, e a viagem em si foi maravilhosa, o país é lindo, fiz vários novos colegas. E nossa despedida, para finalizar nossa história de cinema de sessão da tarde, teve até paráfrase de uma cena clássica. Numa calçada de Palermo, entre prédios art déco, eu, num trench coat vermelho, ele de preto, com o cachecol que fiz de presente, um abraço forte, um beijo ardente, e eu disse..."Nós sempre teremos Arraial..." The End. É engraçado, mas é romântico! hahahahaha
Enfim, voltando, resolvi puxar conversa com ele ontem, começamos a falar do trabalho de design dele, seu blog, meu blog (pretendo mudar o layout), e daí parti para assuntos pessoais, porque né? Ele disse que está começando uma história e como não tem sido fácil, eu, na hora, repliquei, "mas para a mulher é mais difícil", ele concordou, e começamos aquele assunto que para quem está chegando ou já chegou nos 30 - solteira - sabe bem e sente um frio na espinha quando pensa no assunto: casamento. A pressão social que existe sobre a mulher, o que faz com que muitas se casem com o primeiro que aparece e se tornem aparentemente realizadas para a sociedade, mas infelizes e frustradas por dentro. Eu disse que não era assim, e daí veio a melhor coisa que ele poderia ter me dito: "Eu sei que não, te conheço e sei que você é muito inteligente pra isso". GANHEI A NOITE.
Mas né? Rola uma pressão, e como disse pra ele, não sei se é porque praticamente todas minhas amigas casaram e/ou tiveram filhos nesses últimos dois anos, ou se é meu relógio biológico mesmo, mas estou sentindo uma vontade enorme de casar e formar uma família também, assim, tipo, logo. Mas ao mesmo tempo, tenho tantos outros desejos...quando saí daquele emprego, minha vida virou de ponta cabeça, voltei pra minha cidade natal depois de quase uma década, mudei de profissão, voltei a estudar...e eu quero terminar o Mestrado, já entrar no Doutorado, dar aula em uma universidade, viajar para a Europa...e meu reloginho fazendo tic tac, tic tac...
Não sou daquelas encalhadas recalcadas (argh!) que acham que todas as amigas casadas são infelizes, não estou generalizando, mas é bem verdade que algumas meique foram no desespero, só para esfregarem uma aliança na cara da sociedade e posarem de felizes no facebook. Mas quem casou por amor, admiro muito, como disse Wagner Moura numa entrevista, ninguém precisa casar hoje em dia, a não ser por amor. É a pós-pós-modernidade.
E é isso que eu quero, quero me apaixonar, não precisa ser uma paixão avassaladora, mas um amor calmo, que cresça no dia-a-dia, quero encontrar um homem que esteja aberto a se envolver, a me conhecer profundamente e ver no que dá. Que seja bem-resolvido e seguro o suficiente para entender que não quero estar com ele porque preciso, mas porque eu quero. Que respeite meus sonhos, respeite minha individualidade, que seja um companheiro pra vida.
Sou complicada? Talvez, mas será que é tão difícil me entender? Cê jura André Newman? Eu queria é que houvesse um tese respondendo, afinal, o que querem os homens? Pois realmente não os entendo. Dá pra entender um homem que diz que quer um relacionamento sério, mas sai com uma mulher diferente todo dia? Ou um que diz que não quer namorar mas até te apresenta à mãe dele, e quando você pergunta se aquilo é namoro sai correndo? Francamente...
Outra coisa de que me dei conta foi de que existem muitos joguinhos de sedução para conquistar espaço num relacionamento amoroso, e os joguinhos consistem em basicamente nunca, jamais, em hipótese alguma, demonstrar o que está realmente sentindo, até que a relação esteja completamente estabelecida. Mas eu: 1º sempre fui péssima em jogos; 2º sou transparente e temperamental demais para fazer a sonsa; 3º simplesmente me recuso a prestar este papel. O homem da minha vida será aquele que também (REALMENTE) não se presta a joguinhos.
Então, honey...é isso o que quero, um relacionamento maduro, e se possível, com pitadinhas de comédia romântica, porque né? Eu mereço!
